quarta-feira, 23 de maio de 2012

A nutricionista, as ameixas secas e o barco de Amyr Klink

Olá pessoal,

     Estou lendo um livro super interessante, chama-se Gestão de Sonhos: Riscos e Oportunidades. Trata-se da entrevista de Amyr Klink para Sérgio Almeida, este livro demonstra que o navegador e aventureiro é um dos maiores gestores de projeto!
     Uma parte me chamou atenção, no capítulo sobre detalhes, Amyr cita a importância de sua nutricionista Takako, como ele diz: "tem um aparente mau humor" mas que foi quem mais lhe ensinou sobre a importância dos detalhes num projeto.
     Amyr conta que em sua primeira longa viagem à Antártica, Takako preparou um projeto para quarenta meses de autonomia, mas ele afirma que a última coisa com que se preocupou foi a comida. 
     Takako trabalhou dois anos neste projeto e sempre ligava solicitando a ida de Amyr à Curitiba para que lhe explicasse os detalhes do projeto, mas ele insistia que bastava enviar as comidas para Santos, assim ele não precisaria ir até Curitiba, afinal estava próximo à data de partida e tinha outros problemas maiores para resolver.
     Após muito insistir, Takako (a japonesa de mau humor...) conseguiu fazer Amyr ir ao seu encontro. 
Irei transcrever o restante da história com o relato de Amyr :
     "Ao chegar lá, percebi a importância da visita. Era um programa muito bem elaborado, em que o mesmo mini-contêiner em que se guardava a comida da semana era utilizado para armazenar o lixo. A Takakoplanejou detalhadamente o carregamento da comida no barco: colocou as 169 embalagens nas docas, na ordem reversa, para que fossem carregadas no caminhão na ordem direta; assim, no cais, em Santos, as embalagens seriam descarregadas na ordem inversa; durante a viagem eu poderia tirá-las, portanto, na ordem. A Takako pensou em tudo!
     Experimentando as comidas desenvolvidas pela Takako, abri um pacotinho em que só havia três ameixinhas secas. E eu pedi a ela que colocasse um punhado a mais de ameixas secas. Ela perguntou se eu sabia o peso de uma ameixa seca - eu não fazia idéia, perto das toneladas de combustível que estava carregando, âncora de reserva, 400 quilos de cabos, etc. Ela respondeu que cada ameixa seca pesava 10 gramas e, se colocasse uma ameixa a mais em cada pacote, a ameixinha extra afundaria o meu barco. Foi então que fiquei sabendo que eram 98 mil saquinhos de ameixa para as 169 semanas de viagem. Pensei que, se trocasse a ameixa por pera, por exemplo, afundaria o navio. Por essas e outras, Takako é uma das pessoas que mais me ensinaram sobre a importância dos detalhes para um bom planejamento".

     Nutris, acredito que podemos tirar boas lições deste relato!

Nenhum comentário:

Postar um comentário